A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de São Paulo (USP) firmaram, nesta terça-feira (27), um acordo de cooperação para a criação de uma plataforma de pesquisas sobre doenças complexas, incluindo enfermidades infecciosas, autoimunes, oncológicas e relacionadas ao aquecimento global. O centro será sediado no campus da USP em Ribeirão Preto, no interior paulista.


A nova estrutura terá modelo de governança compartilhada e vai reunir pesquisadores das duas instituições em projetos voltados à imunopatologia, imunologia, genética, microbiologia e farmacologia. O objetivo principal é fortalecer a capacidade nacional de resposta a desafios clínicos e sanitários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Mario Moreira, presidente da Fiocruz, a parceria foi concebida para apoiar o SUS em casos clínicos complexos e não esclarecidos. “A força desta parceria está em responder a casos complexos, oriundos do SUS, visando apoio ao diagnóstico a partir de novos estudos e pesquisas que possam gerar soluções, produtos ou protocolos”, afirmou.
A plataforma também será um polo de inovação, com foco no desenvolvimento de vacinas, terapias e protocolos de detecção precoce e tratamento personalizado. Também estão previstas estratégias para reduzir custos no cuidado de doenças raras ou de difícil diagnóstico.
O reitor da USP, Carlotti Júnior, destacou que a união entre a expertise da Fiocruz e a capacidade científica da universidade poderá acelerar resultados. “A inovação e a capacidade de produção da Fiocruz certamente trarão muitos benefícios à USP”, disse.
A estrutura física da plataforma ocupará uma área de aproximadamente 5 mil metros quadrados, no campus da USP de Ribeirão Preto. A USP será responsável pela disponibilização da área e manutenção da edificação, enquanto a Fiocruz atuará na captação de recursos, e regulatório e desenvolvimento tecnológico, com foco em terapias avançadas, reposicionamento de fármacos e medicina de precisão.
Além disso, o acordo prevê editais e mecanismos para mobilizar, atrair e reter equipes técnicas e científicas, incluindo pesquisadores visitantes nacionais e internacionais, com o intuito de consolidar o projeto como referência nacional em doenças complexas.