Sindicato exige 17,5% de reajuste e afirma que proposta atual não cobre perdas inflacionárias; greve não está descartada


O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) realiza uma paralisação nesta segunda e terça-feira (26 e 27) em frente à Reitoria da universidade, a partir das 9h, em protesto contra o reajuste salarial de 5,51% proposto pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). A manifestação tem como objetivo pressionar o Cruesp, que se reúne nesta segunda às 11h na sala do Conselho Universitário da Unicamp.
O índice de reajuste proposto pelo Cruesp contempla docentes e servidores técnico-istrativos da USP, Unesp e Unicamp. No entanto, os trabalhadores da Unicamp exigem um reajuste de 17,5%, argumentando que a proposta do Cruesp não cobre sequer a inflação acumulada desde 2012, que representa uma perda superior a 20 salários no período, segundo o sindicato.
“O índice de 5,51% do Cruesp é uma afronta! A inflação oficial entre maio de 2024 e abril de 2025 foi de 5,53%, sem contar aumentos em energia, transporte, saúde e educação. O rombo no nosso salário é muito maior”, destacou o STU em nota.
Greve está em pauta
O sindicato informou que, caso as reivindicações não sejam atendidas, não está descartada a possibilidade de greve. Na terça-feira (27), os trabalhadores da Unicamp irão se reunir novamente para avaliar o resultado da reunião do Cruesp e deliberar os próximos os da campanha salarial.
O movimento de mobilização na Unicamp faz parte de uma ação mais ampla. O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) também reivindica reposição das perdas salariais desde 2012 e correção da inflação, com proposta de reajuste de 16,5%, além de defender a autonomia universitária e a democratização das instituições públicas de ensino superior.
Proposta do Cruesp
Na última segunda-feira (19), o Cruesp apresentou ao Fórum das Seis a proposta de reajuste de 5,51%, válido a partir de maio de 2025. A USP e a Unicamp ainda devem submeter o índice à aprovação de seus respectivos conselhos universitários, conforme normativas internas.
O atual presidente do Cruesp é o reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, o que torna o protesto em Campinas ainda mais simbólico para a categoria.