STF inicia interrogatórios de Bolsonaro e núcleo central da trama golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira, 9 de junho, os interrogatórios do núcleo central da trama golpista investigada por tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. O processo envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e outros seis investigados.

As oitivas serão conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, e ocorrerão até sexta-feira (13), com transmissão ao vivo pela TV Justiça. As sessões serão realizadas na sala da Primeira Turma do STF.

Mauro Cid abre os depoimentos

O primeiro a ser ouvido foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator nas investigações. Os demais depoimentos, marcados para os dias seguintes a partir das 9h, seguirão ordem alfabética.

Ordem dos interrogatórios:

  1. Mauro Cid – delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  2. Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin
  3. Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  4. Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF
  5. Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
  6. Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  7. Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  8. Walter Braga Netto – general da reserva (por videoconferência)

Braga Netto, vice de Bolsonaro nas eleições de 2022, está preso desde dezembro por tentativa de obstrução das investigações e o ilegal a dados da delação de Cid.

Acusações e penas

Os réus são acusados pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça
  • Deterioração de patrimônio tombado

As penas podem ultraar 30 anos de prisão em caso de condenação. A expectativa é de que o julgamento definitivo ocorra no segundo semestre de 2025.

Durante os interrogatórios, tanto a Procuradoria-Geral da República, representada por Paulo Gonet, quanto as defesas dos acusados poderão formular perguntas. No entanto, os réus têm o direito constitucional de ficar em silêncio ou recusar-se a responder a perguntas que possam incriminá-los.

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