Rússia realiza desfile do Dia da Vitória com presença polêmica de líder europeu

 
Tanques russos T-90 rolam durante a parada militar do Dia da Vitória em Moscovo, Rússia, sexta-feira, 9 de maio de 2025.Maxim Bogovid / Copyright 2025 Agência anfitriã de fotos RIA Novosti

Moscou sediou nesta sexta-feira (9) o tradicional desfile do Dia da Vitória, que marca o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa e a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista. O evento, realizado em meio ao prolongado conflito entre Rússia e Ucrânia, teve forte repercussão internacional devido à presença de líderes estrangeiros, incluindo o controverso primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

Fico foi o único representante da União Europeia a comparecer ao desfile, desafiando diretamente as orientações de Bruxelas. O político eslovaco, conhecido por sua postura crítica às políticas da UE em relação à guerra na Ucrânia, declarou que “ninguém pode dizer onde devo ir ou não”. Sua atitude causou desconforto entre os diplomatas europeus, especialmente após os alertas da chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas.

Além de Fico, estiveram presentes ao evento o presidente da China, Xi Jinping, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić — cuja participação também chamou atenção, já que seu país busca integração com a União Europeia.

O presidente russo Vladimir Putin aproveitou a cerimônia para fortalecer sua imagem interna e internacional. Em discurso, exaltou a bravura das tropas russas envolvidas no conflito na Ucrânia, elogiou sua determinação e afirmou que a Rússia “luta pela verdade e pela justiça”. Putin também se encontrou com líderes de países aliados, como Nicolás Maduro (Venezuela), além de representantes de Cuba e Vietnã.

O Dia da Vitória é um dos eventos mais simbólicos do calendário político russo. Tradicionalmente utilizado por Putin para reforçar sua liderança e o sentimento nacionalista, este ano o desfile ocorreu sob o peso do isolamento diplomático da Rússia, em consequência da invasão à Ucrânia em 2022 e das sanções impostas pelo Ocidente.

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