STF retoma nesta quarta julgamento sobre responsabilidade das redes sociais por conteúdo ilegal

Supremo julga constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que protege plataformas de punições sem ordem judicial

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira, 4 de junho, o julgamento que analisa a responsabilização das redes sociais pelos conteúdos ilegais publicados por usuários. O caso estava parado desde dezembro de 2023, quando o ministro André Mendonça pediu vista dos autos. O processo foi devolvido para apreciação nesta semana.

No centro da discussão está a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), que define que as plataformas digitais só podem ser responsabilizadas judicialmente por postagens ofensivas ou ilegais se, após decisão judicial, não tomarem providências para removê-las. A norma foi criada com o objetivo de assegurar a liberdade de expressão e evitar censura prévia.

Votos já proferidos

Até o momento, três ministros já votaram no caso:

  • Luís Roberto Barroso, presidente do STF, propôs uma responsabilização parcial. Para ele, conteúdos ligados a pornografia infantil, terrorismo, tráfico de pessoas, suicídio e ataques à democracia devem ser removidos após notificação direta dos envolvidos às plataformas, sem necessidade de decisão judicial. Já conteúdos como ofensas e crimes contra a honra continuariam a depender de ordem judicial para serem retirados.
  • Dias Toffoli e Luiz Fux defenderam um posicionamento mais rígido, sugerindo que conteúdos ilegais – como mensagens racistas, incitação à violência e ataques à democraciadevem ser removidos pelas plataformas após notificação extrajudicial, sem depender de decisão da Justiça.

Dois processos em julgamento

O STF analisa dois processos distintos sobre o tema:

  1. Relatado por Dias Toffoli: trata de um recurso do Facebook contra uma decisão que o condenou a pagar danos morais por causa de um perfil falso criado na plataforma.
  2. Relatado por Luiz Fux: discute se empresas como o Google devem fiscalizar conteúdos ofensivos publicados em sites hospedados e retirá-los do ar sem intervenção judicial.

A decisão terá impactos significativos sobre o funcionamento das redes sociais e poderá alterar a forma como Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), YouTube e outras plataformas lidam com conteúdos ofensivos, criminosos ou desinformação.

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