Em 2023, mais de 24 mil estudantes ingressaram na graduação de Medicina por meio de ações afirmativas, marcando um recorde no país
A participação de estudantes cotistas no curso de Medicina alcançou um aumento impressionante de quase 800% nos últimos 13 anos, refletindo o impacto das políticas de ação afirmativa. Em 2023, mais de 24 mil alunos ingressaram na graduação por meio de programas de reserva de vagas, o maior número já registrado no Brasil, de acordo com o estudo Demografia Médica no Brasil 2025. Esse número representa 9% do total de estudantes de Medicina no país, o que equivale a 1 em cada 10 estudantes em formação.
Desde 2010, a participação absoluta de cotistas na graduação de Medicina cresceu 778,6%, ando de 2.736 para 24.041 alunos. A proporção relativa também aumentou de 2,6% para 9,9% entre 2010 e 2018, refletindo o avanço das políticas públicas de inclusão social no ensino superior.
A maioria dos beneficiados (96,9%) estuda em instituições públicas, como universidades federais, estaduais ou municipais, com apenas 731 alunos matriculados em instituições privadas. As ações afirmativas incluem diferentes tipos de cotas, como as voltadas para estudantes oriundos de escolas públicas (20.169 beneficiados), para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (13.072 beneficiados), e para alunos com renda familiar baixa (9.833 beneficiados). Além disso, 1.692 estudantes com deficiência também foram contemplados pelos programas.
Esses dados evidenciam a crescente diversidade entre os estudantes de Medicina, historicamente dominada por um perfil de menor representatividade de grupos socialmente vulneráveis. O avanço das políticas de ação afirmativa representa um o importante na democratização do ensino superior no Brasil.