António Guterres classificou ação como inaceitável e cobrou responsabilização por ataque que matou ao menos 35 palestinos


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou nesta segunda-feira (2) os ataques israelenses a um centro de ajuda humanitária em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, que resultaram na morte de pelo menos 35 palestinos e deixaram centenas de feridos. O ataque ocorreu no domingo (1º) e gerou forte comoção internacional.
“Estou chocado com os relatos de palestinos mortos e feridos ontem enquanto procuravam ajuda em Gaza. É inaceitável que arrisquem a vida para procurar por comida”, declarou Guterres, exigindo “uma investigação imediata e independente sobre o ocorrido e que os responsáveis sejam convocados para responder”.
Apelo por o humanitário em Gaza
O líder das Nações Unidas reiterou que Israel tem obrigações claras no âmbito do direito internacional humanitário, especialmente no que se refere à proteção de civis e à garantia de o à ajuda humanitária sem restrições.
“Israel deve aceitar e facilitar o ingresso da ajuda em larga escala sem obstáculos, que deve ser retomada imediatamente, de modo a atender às enormes necessidades de Gaza”, reforçou Guterres.
Ele também destacou que as equipes da ONU devem poder operar em segurança no território palestino.
Situação crítica em Rafah
Rafah, localizada na fronteira com o Egito, tem sido um dos principais focos de deslocamento de civis desde o início do conflito. O ataque ao centro humanitário, segundo testemunhas, ocorreu enquanto centenas de pessoas buscavam alimentos e assistência básica no local.
Nas últimas 24 horas, o total de palestinos mortos por bombardeios israelenses chegou a 54, agravando ainda mais a crise humanitária no enclave.
Organizações internacionais e entidades de direitos humanos também emitiram comunicados exigindo respeito às leis da guerra e proteção de civis e trabalhadores humanitários.