ONU alerta que número de deslocados forçados no mundo continua “insustentavelmente elevado”

O número de pessoas forçadas a abandonar suas casas por causa de guerras, perseguições e violência ainda é considerado “insustentavelmente elevado”, mesmo após uma leve redução registrada no início de 2025, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (12) pelo ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).

Segundo o documento, o número total de deslocados forçados no mundo caiu de 123,2 milhões no final de 2024 para 122,1 milhões em abril deste ano — resultado do retorno de quase dois milhões de sírios às suas residências, após o colapso do regime de Bashar al-Assad, em dezembro do ano ado.

“Vivemos um período de grande volatilidade nas relações internacionais, no qual a guerra moderna está criando um cenário frágil e devastador, marcado por um sofrimento humano agudo”, declarou Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para os Refugiados.

Síria: onda de retornos após 13 anos de guerra

A queda do regime de Assad em dezembro de 2024 provocou uma onda de retornos voluntários de sírios, tanto do exterior quanto de outras regiões dentro do país.

De acordo com o ACNUR, até maio de 2025, mais de 500 mil refugiados sírios voltaram ao país vindos do exterior. Além disso, cerca de 1,2 milhão de deslocados internos retornaram às suas regiões de origem. A estimativa é que, até o final do ano, o número de retornos supere 3,5 milhões de pessoas.

Apesar desse cenário, o ACNUR adverte que a estabilidade na Síria ainda é frágil, e os desafios humanitários permanecem.

Sudão lidera número de deslocados forçados

Enquanto alguns países começam a registrar movimentos de retorno, outras regiões enfrentam agravamento da crise humanitária. É o caso do Sudão, que vive uma guerra civil desde abril de 2023. O país se tornou, neste ano, o que possui o maior número de deslocados forçados do planeta, com 14,3 milhões de pessoas obrigadas a deixar suas casas.

Outros focos críticos incluem Mianmar, com escalada de conflitos internos, e a Ucrânia, em guerra com a Rússia desde 2022.

Crise humanitária e queda no financiamento

Além do sofrimento humano, a ONU chama atenção para a queda drástica no financiamento internacional destinado à assistência humanitária — impacto direto da retirada de apoio de países como os Estados Unidos e do redirecionamento de verbas para outros conflitos.

“Devemos redobrar nossos esforços para buscar a paz e encontrar soluções duradouras para os refugiados e outras pessoas forçadas a fugir de suas casas”, reforça Filippo Grandi.

Segundo a agência da ONU, a falta de recursos compromete desde abrigos temporários e o a alimentos até escolas e serviços de saúde para milhões de deslocados.

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