

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu a cassação do mandato do prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), além da sua inelegibilidade por oito anos, por suposto abuso de poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2024. A ação foi protocolada pela coligação “Campinas – Uma Cidade Pra Todos”, liderada pelo deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania-SP), que concorreu contra Saadi nas últimas eleições municipais.
O promotor de Justiça Guilherme Athayde Ribeiro Franco, no parecer encaminhado à 33ª Zona Eleitoral de Campinas, apontou três situações que, segundo ele, caracterizam o uso indevido da máquina pública para fins eleitorais:
- Gravação de vídeos eleitorais em prédios públicos;
- Envio de releases à imprensa, durante o período eleitoral, sobre negociações para transferência da Câmara Municipal para o Palácio da Justiça;
- Discurso em uma empresa privada, feito durante o expediente dos funcionários.
“Frise-se que não se pode permitir que a máquina istrativa seja usada para reforçar ou alavancar campanha eleitoral de quem quer que seja”, destacou a Promotoria.
Defesa do prefeito
Em nota oficial, a defesa de Dário Saadi afirmou que a ação do MP-SP ainda tramita na Justiça Eleitoral de Campinas e não há decisão definitiva. “As denúncias têm um teor similar a outra ação já julgada, em que o TSE atestou, em abril deste ano, a inocência do então candidato e agora prefeito Dário Saadi. Por isso, a defesa do prefeito confia que o entendimento da Justiça agora será o mesmo“, afirmou a nota.
Antecedente semelhante
Em 2024, Saadi já havia enfrentado acusações semelhantes. Na ocasião, sua candidatura chegou a ser cassada em primeira instância pela Justiça Eleitoral, sob a alegação de que ele utilizou o cargo de prefeito para filmar campanhas em unidades públicas de saúde e educação.
Contudo, em dezembro do mesmo ano, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) acolheu recurso da chapa de Dário Saadi e do vice-prefeito Wanderley de Almeida (PSB), revertendo a cassação.
A juíza Cláudia Bedotti, relatora do caso na segunda instância, acompanhou parecer do Ministério Público Federal e considerou que as condutas não tinham gravidade suficiente para comprometer a disputa eleitoral, afastando a sanção de inelegibilidade.
Próximos os
A nova ação ainda será analisada pela Justiça Eleitoral de Campinas, que deverá julgar se os atos atribuídos ao prefeito configuram, de fato, abuso de poder político e econômico com impacto direto no equilíbrio das eleições de 2024.