

Foto: Arquivo/Agência Brasil
Em março de 2025, as taxas de juros bancárias no Brasil registraram um aumento, refletindo a alta da Selic e pressionando tanto as famílias quanto as empresas. O destaque foi a elevação de 2,5 pontos percentuais na taxa média do cartão de crédito rotativo, que chegou a 445% ao ano. Essa modalidade, uma das mais caras do mercado, viu uma alta contínua, apesar da limitação de cobrança de juros implementada desde janeiro de 2024. Embora a medida tenha sido projetada para conter o endividamento, ela não afeta os contratos já firmados, impactando apenas novos financiamentos.
Nos 12 meses encerrados em março de 2025, a taxa do cartão de crédito rotativo aumentou 23,7 pontos percentuais, afetando principalmente as famílias. A taxa média do crédito parcelado no cartão subiu modestamente 0,1 ponto no mês, mas registrou uma queda de 9,6 pontos em 12 meses, fixando-se em 181,1% ao ano.
Em relação ao crédito livre, a taxa média para as famílias aumentou 0,3 ponto percentual em março, acumulando uma alta de 3 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 56,4% ao ano. Já a taxa do cheque especial apresentou uma leve queda de 8 pontos percentuais em março, mas ainda registra uma alta de 6,1 pontos em 12 meses, somando 134,2% ao ano.
As empresas também enfrentaram o impacto das taxas mais altas, com a taxa média para novas concessões de crédito livre subindo 0,8 ponto no mês e 3,5 pontos em 12 meses, alcançando 24,6%. A taxa do cheque especial para empresas saltou 9 pontos, chegando a 349,2% ao ano.
Esse aumento nos juros está diretamente relacionado à elevação da Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano. A expectativa é que a Selic atinja 15% até o final de 2025, influenciando as taxas de juros no mercado. Além disso, o crédito livre também foi impactado por uma elevação de 0,8 ponto na taxa de captação de recursos pelos bancos, que chegou a 11,9%.
Apesar dos aumentos nas taxas, a inadimplência permaneceu estável, com os atrasos acima de 90 dias em 3,2% em março de 2025. O endividamento das famílias teve uma leve redução de 0,3% no mês, mas apresentou um aumento de 0,4% em 12 meses. O comprometimento da renda das famílias também subiu, atingindo 27,2% em fevereiro.