A ativista sueca Greta Thunberg foi deportada de Israel nesta terça-feira (10), após ter sido detida junto com outros 11 ativistas em uma embarcação que transportava ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza. A jovem de 22 anos foi colocada em um voo no aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, com destino à Suécia, fazendo escala na França.


Interceptação da embarcação Madleen
O veleiro “Madleen”, organizado pela Freedom Flotilla Coalition, foi interceptado por forças navais israelenses quando se dirigia à Faixa de Gaza. A embarcação foi escoltada por navios da Marinha israelense até o porto de Ashdod, onde os 12 ativistas foram detidos e posteriormente levados ao aeroporto de Tel Aviv.
Segundo relatos dos organizadores, no domingo (8), a equipe da embarcação denunciou estar “sob ataque”, com o barco cercado por drones e militares israelenses subindo a bordo. Os ativistas afirmavam transportar fórmulas infantis, alimentos e suprimentos médicos para a população de Gaza.
Posição das autoridades israelenses
O Ministério de Relações Exteriores israelense confirmou a deportação através de comunicado oficial, informando que todos os ativistas aram por exames médicos antes de serem enviados de volta aos seus países de origem. O governo israelense minimizou a importância da carga humanitária, afirmando que a quantidade de ajuda era “mínima, inferior à carga de um caminhão”.
As autoridades israelenses também emitiram um ultimato aos ativistas, declarando que “quem se negar a os documentos de deportação e sair de Israel será levado à autoridade judicial”. Até a última atualização desta reportagem, Greta Thunberg e seus representantes não haviam se pronunciado sobre a deportação.
Contexto da missão humanitária
A ação faz parte das atividades da Freedom Flotilla Coalition, organização que busca romper o bloqueio naval imposto por Israel à Faixa de Gaza desde 2007. O bloqueio restringe severamente a entrada de suprimentos na região, criando uma crise humanitária que afeta mais de dois milhões de palestinos.
Esta não é a primeira vez que embarcações com ajuda humanitária são interceptadas por Israel. O governo israelense mantém a posição de que o bloqueio é necessário por questões de segurança, impedindo a entrada de materiais que possam ser utilizados para fins militares.
Expansão do ativismo de Greta Thunberg
A participação de Greta Thunberg na missão representa uma expansão de seu ativismo, tradicionalmente focado em questões climáticas, para causas relacionadas aos direitos humanos e conflitos internacionais. A ativista sueca tem se manifestado crescentemente sobre a situação na Palestina, participando de protestos e declarações de apoio.
O incidente evidencia as tensões geopolíticas na região e o controle rigoroso exercido por Israel sobre as tentativas de fornecimento de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, mantendo o bloqueio que dura há mais de 17 anos.