Eleições emergenciais ocorrem nesta terça-feira (3), marcadas por polarização política e crise econômica


A Coreia do Sul realiza nesta terça-feira (3) eleições presidenciais extraordinárias após a destituição do ex-presidente Yoon Suk-yeol, removido do cargo pelo Tribunal Constitucional em abril de 2025, após tentativa de imposição da Lei Marcial em dezembro do ano anterior. O pleito ocorre com o cargo vago e sem período de transição.
A medida extrema tomada por Yoon gerou ampla reação do parlamento sul-coreano, que aprovou o impeachment em dezembro. Desde então, o país vive um momento de instabilidade institucional e polarização política, agravado por desafios econômicos relacionados ao cenário global e ao comércio exterior.
Disputa entre liberal e conservador
A eleição é marcada pela disputa entre o liberal Lee Jae-myung, do Partido Democrata, e o conservador Kim Moon-soo, do Partido do Poder Popular. Ambos os candidatos propõem alterações no modelo político e econômico vigente, considerado inadequado para os desafios contemporâneos do país.
Lee tem entre suas propostas o fortalecimento de políticas de bem-estar social, com foco em apoio a famílias de baixa e média renda. Já Kim defende um ambiente mais flexível para os negócios, com revisão de regulações e incentivo ao setor privado.
Prioridades da população
Pesquisas realizadas antes do pleito indicaram que temas como retomada da economia, estabilidade institucional e redução da polarização social estão entre as prioridades dos eleitores. A tentativa de imposição da Lei Marcial por Yoon ainda repercute fortemente no debate público e influenciou diretamente a campanha eleitoral.
Ausência de mulheres candidatas e temas sociais
Esta é a primeira eleição presidencial sul-coreana em 18 anos sem candidatas mulheres. Embora pesquisas apontem diferenças importantes entre as opiniões de homens e mulheres jovens, a igualdade de gênero e os direitos das minorias não figuraram entre os principais temas abordados pelos candidatos.
Processo eleitoral
A votação ocorre ao longo do dia, com as urnas fechando às 20h, no horário local. O processo inclui apuração por máquinas, com verificação manual para garantir precisão. A Comissão Eleitoral Nacional deve confirmar oficialmente os resultados até quarta-feira (4).
De acordo com a última pesquisa da Gallup Korea, publicada antes da eleição, Lee Jae-myung liderava com 49% das intenções de voto, 14 pontos à frente de Kim Moon-soo. A apuração deverá indicar se essa diferença se manteve até a votação.