Decisão unânime da Corte Constitucional destitui Yoon Suk Yeol; eleições serão realizadas em 60 dias
A Corte Constitucional da Coreia do Sul confirmou o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol nesta sexta-feira (4), pelo horário local. O ex-mandatário, afastado desde dezembro, perdeu o cargo após decretar lei marcial, medida que restringia direitos civis e fechava o parlamento. Horas depois, a determinação foi revogada, mas o impacto político permaneceu.


Com a destituição, o país deve realizar novas eleições em até 60 dias, conforme prevê a Constituição. Enquanto isso, o primeiro-ministro Han Duck-soo segue como presidente interino até a posse do novo chefe de Estado. Segundo a Corte Constitucional, Yoon ultraou os limites de seu poder ao impor a lei marcial, desafiando a democracia e gerando instabilidade generalizada na sociedade. A decisão do tribunal foi unânime entre os oito juízes.
Milhares de manifestantes reunidos em frente à sede da Corte comemoraram o veredicto. Muitos estavam acampados há dias pedindo a saída de Yoon e reagiram com gritos de celebração ao anúncio. Em meio às comemorações, um manifestante foi preso por vandalismo.
Antes de perder o mandato, Yoon enfrentou um processo judicial por insurreição, uma das poucas acusações criminais das quais um presidente sul-coreano não tem imunidade. Ele foi preso em janeiro, mas libertado em março. O Congresso já havia aprovado o processo de impeachment em dezembro.
Em sua defesa, Yoon argumentou que não pretendia impor totalmente a lei marcial, mas apenas utilizá-la como um aviso para destravar o ime político. No entanto, o decreto assinado por ele previa medidas rígidas, incluindo o fechamento do parlamento, proibição de manifestações e censura à imprensa. O governo também determinava a obrigatoriedade do retorno de profissionais médicos grevistas e punia qualquer ato que atentasse contra o regime democrático.
O impeachment marca um novo capítulo na política sul-coreana, reforçando o papel das instituições na preservação da democracia. Enquanto o país se prepara para novas eleições, a estabilidade política segue como um desafio central.