

O ex-presidente Fernando Collor segue detido na Superintendência da Polícia Federal em Maceió, após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o cumprimento imediato de sua pena de 8 anos e 10 meses de prisão. A prisão aconteceu por volta das 4h da manhã desta sexta-feira, no aeroporto de Maceió, quando Collor estava a caminho de Brasília para se apresentar às autoridades. A detenção foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, após a rejeição de recursos apresentados pela defesa do ex-presidente, os quais foram considerados protelatórios.
Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em um desdobramento da Operação Lava Jato, Collor é acusado de receber R$ 20 milhões em propina por meio de contratos irregulares entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia entre 2010 e 2014. Com a condenação transitada em julgado, a decisão de Moraes determinou que não cabem mais recursos, e a pena deve ser cumprida imediatamente.
O STF agendou uma sessão virtual extraordinária para que o plenário analise a decisão individual de Moraes, enquanto a defesa de Collor expressou surpresa e preocupação com a medida, qualificando-a como monocrática. A prisão de Collor o torna o terceiro ex-presidente a ser preso desde a redemocratização.
Collor foi denunciado em 2015 pela Procuradoria-Geral da República e tornou-se réu em 2017. Durante o julgamento, algumas das acusações foram descartadas ou consideradas prescritas. Ele começou sua carreira política em Alagoas, se destacando como “caçador de marajás” e foi eleito presidente em 1989. Seu governo foi marcado pelo controverso Plano Collor e por acusações de corrupção, que culminaram em seu impeachment. Após anos afastado, ele retornou à política como senador, cargo que ocupou por 16 anos.