Artigo: O Miau e Seus Mistérios Felinos – Por Dr. Wilson Vilela

Por Dr. Wilson Vilela – Advogado e Escritor

Estava eu, tranquilo, no meu escritório, todo focado no trabalho de home office, quando, do nada, surge pela janela aberta um gato. Não era qualquer gato, não. Era um frajola estiloso, vestido de preto e branco, com ares de quem tinha uma missão importante: se enroscar nas minhas canelas.

                Aquela figura felina, charmosa e decidida, me olhou com seus olhos de sabedoria, e eu, sem resistir, ei a mão na sua cabeça. No fundo, estava mais preocupado com a gata de casa, a velha senhora que, confesso, tem seus modos de rainha e não recebe bem qualquer visita inesperada. Mas o Miau, como ei a chamá-lo, parecia totalmente à vontade, ronronando e se espreguiçando aos meus pés.

                Então, com todo o cuidado do mundo, levei o Miau até a área de serviço e, como aprendi com os mestres dos gatos, enchi seu pote com ração e água fria. E o bichano não perdeu tempo, devorou tudo como se estivesse faminto há dias. Pobrezinho! De fato, estava com fome.

                Já a nossa gata de casa, observando tudo de longe, não gostou nada da cena. E, com o zelo de uma matriarca, expulsou o intruso com uma violência que me deixou até surpreso. Mas, como dizem, é o gato quem escolhe a casa e o dono, e o Miau não parecia disposto a desistir de nós tão facilmente.

Nos dias seguintes, ele apareceu, mais audacioso do que nunca. E quem se apaixonou perdidamente por ele foi meu neto, que, claro, se envolveu em mil peripécias para evitar que a gata de casa e o Miau se encontrassem. Era um verdadeiro dilema: fechar portas, segurar o Miau, e, ao mesmo tempo, convencer a gata que o intruso não era tão mal-intencionado assim.

                Foi só depois de muitas visitas que soubemos que o Miau, o felino “intruso”, tinha um dono – o vizinho veterinário, que, junto com seu filho, tinha o costume de nos visitar. O Miau, como todos sabemos, tem esse poder de nos adotar, e, apesar dos planos de manter o gato na casa do vizinho, ele continuou suas visitas diárias. Ele entrava por qualquer janela aberta, por qualquer fresta – a casa era dele, e todos nós, meros mortais, éramos apenas figurantes.

                Parece que o Miau sabia exatamente o que queria. E aí comecei a me perguntar: o que ele vê em nós? Afinal, os gatos têm esse olhar único, quase esotérico, que nos faz sentir que somos mais do que simples humanos. O gato tem essa capacidade de perceber as energias ao nosso redor, mais do que qualquer outro ser. Se você está nervoso, ele percebe e ignora ou, pior ainda, te ataca, como uma criança que não gosta de certos comportamentos. Mas, quando o gato gosta de alguém, é porque ele sente que a pessoa é boa. E ele sente tudo, até o que está além do visível.

                Aliás, sabia que os gatos são praticamente reikianos naturais? Isso mesmo. Eles transmutam energias, ajustam ambientes, e, por mais que não entendamos, eles sabem o que fazem. Basta observar como um gato se deita em cima de você: ele está ali, cuidando das energias, até te ajudando a curar.

                Pensando nisso tudo, percebo que não podemos mais lutar contra o Miau. Ele nos escolheu, e, como todo bom gato, ele manda. E, para a felicidade do meu neto e de todos na casa, só posso dar as boas-vindas ao nosso querido Miau. Afinal, ele é mais do que um simples gato: é um ser com poderes místicos, um verdadeiro mestre das energias, e, quem diria, um grande amigo.

                Então, Miau, seja bem-vindo. Que a sua visita diária continue nos trazendo não só alegria, mas também aquele toque de mistério que só um gato pode oferecer.

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